A origem deste post foi uma briga que tive com um dos meus professores favoritos da faculdade... Eu fiquei encarregada pela apresentação do capítulo homônimo ao post, do texto " A crítica pós-moderna" de Marcelo Coelho. Quando comecei a falar, ele me cortou, assumiu a apresentação e me deixou com o fichamento na mão e cara de imbecil perante os meus colegas... Marrenta e sem noção de autoridade que sou, dei um dos meus clássicos pitis por ter achado "uma falta de respeito fazer um aluno preparar uma apresentação e não deixá-lo falar"... O professor, um pouco mais impulsivo e sem noção que eu, começou a berrar: "Então apresenta isso aí, vai, apresenta..."
Eu, boa de briga que sou, comecei a chorar... Odeio profundamente chorar de raiva... Aquela situação que você está pagando de bad girl malvada e de repente todos seus argumentos caem "por água abaixo"... Mas ainda assim disse: "Nem meus pais gritam comigo, não vai ser você que vai gritar..." E apresentei a porra do texto chorando... Eu sei que estava certa, a classe inteira me apoiou (exceto, obviamente, meus rivais da nerdolandia).
E no final da aula, o professor veio me pedir desculpas na frente de todos (para acabar com a alegria dos nerds), dizer que não fez por mal, que se intrometeu porque era a parte mais importante do texto, que eu não precisava ficar daquele jeito e patati patata...
Talvez se eu não tivesse chorado, o professor nunca se arrependeria do que fez e me taxaria de mal educada para todo o corpo docente... Não consigo entender o poder que uma lágrima feminina exerce em um homem... Pode ser pai, namorado, professor, gerente de banco, amigo... Poderia usar isso como uma arma, não fosse minha necessidade de parecer sempre forte...
Mas na boa, a atitude dele foi muito digna... Ele não precisava se desculpar...Ele é o professor, ele pode me reprovar, eu não posso fazer nada contra dele... Mas tem coisas que não tem pós-doutorado que ensine... Humanidade é uma delas...
Pra ser bem sincera, a intenção desse post era falar sobre o tema "esmaecimento dos afetos"... Longe de mim fazer uma crítica sobre o texto (mesmo que eu tenha que fazer uma para a semana que vem), mas acho que essa historinha retrata muito bem como a emoção pode (e deve) ser colocada na frente da razão... Eu poderia muito bem ficar quieta e achado até bom que o professor apresentou por mim e eu fiquei bem sussi... Mas não foi isso que eu tive vontade de fazer...Foi se o tempo que eu tentava pensar antes de falar (coisa que nunca consegui...) Foi se o tempo que eu fazia as coisas para "não ficar chato"...
Marcelo Coelho fala sobre a falta de expressão e as frivolidades abordadas pela arte moderna... Sinto isso nas relações sociais contemporâneas. As pessoas preferem conversar sobre amenidades do que se relacionar profundamente com os outras. Quanto mais superficial melhor... Não muito tempo atrás, conversava diariamente com minhas melhores amigas... As vezes eu chegava a passar a tarde falando no telefone (Quando não podia ser pessoalmente)... Lógico que não tenho a mesma disponibilidade hj em dia.. Mas o ponto é que eu dedicava um tempo apenas para ouvir alguém (e falar, sure...) Não consigo dar a mesma atenção a ninguém por MSN... Conversando com mais umas 5 pessoas, ouvindo música, lendo emails, vendo o Orkut, olhando as notícias... E ainda por cima, sem poder olhar nos olhos...Quanto mais ocupadas as pessoas parecem, maior o status... E cada vez um presta menos atenção no outro... Meus amigos mais próximos hoje são os que convivo diariamente... Sofro muito de saudades de algumas pessoas... Juro que penso diariamente em alguns amigos (citaria uns 10 nomes aqui facinho, mas me crucificaria eternamente se esquecesse de alguém muito importante na minha vida...), mas não sei por que a vida nos tornou tão distantes... A real é que tomamos outras coisas como priridade na vida... Sad, but true...
Caraca, esse post ficou muito sem pé nem cabeça... Talvez seja por que vomitei muita coisa que queria falar e não tinha alguém para me ouvir... Mas me ouvir significa parar o mundo e ficar divagando de bobeira até cansar... Tipo eram os pôr-do-sol (como é o plural de pôr-do-sol??) do CEP ou as tardes na piscina do prédio da Bia... E quer saber mais? Eu duvido que nesse mundo moderno alguém teve tempo e/ou paciência de ler esse post até o fim... Valendo uma garrafa de Absolut Vanilla para quem chegou até aqui e deixar seu nome nos comentários...
8 comentários:
Cami, eu aaaaamo as coisas que vc escreve, miguxa, putaqueopariu!
Hihihihihihihhi! Rsrsrsrsrsr! Hehe!
fernanda lorena gomes, favor mandar a garrafa de absolut para minha casa.
end.: praça santos andrade, numero 39.
desde já agradeço! (e até te dou um gole)
vou buscar minha absolut com vc amanhã da saída da aula como combinamos...
vou fazer um post sobre issso
vc é minha musa inspiradora
hahahahahaahha
beijos
Cheguei até aqui, li tudim-tudim; mas, dispenso a Absolut Vanilla (prefiro uma garrafona de Matte Leão com limão).
(Bru)
hahahaaha to rindo mto
eu tinha que transcrever seus comentários na sala pra colocar aqui
hahaha
Clayton Mendes de Oliveira. Li td e agora quero o meu premio, mas como eu ñ sei que raios é um Absolut Vanilla eu aceita qualquer outra coisa que eu saiba o que é.
Tava procurando textos para fazer um trabalho mais ou menos igual ao teu e quando vi tava lendo teu post inteiro - e adorei! Sinto a mesma coisa que você em relação a distância dos amigos de anos que agora estão cada um em um canto. Mas acontece, né? Fiquei curiosa: que curso tu faz? Um beijo.
muito foda o texto, a ideia, a facilidade com que vc expoe o que quer dizer,bacana!!!!
byra dorneles
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