segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Quem estou me tornando?

Alguém me disse ou li algo do tipo:

"A pessoa que você será daqui a 10 anos dependerá de por onde você passará, quem cruzará o seu caminho e aquilo que você lerá..."

Então me pergunto: Quem eu estou me tornando?

Acho que o que mais influi são as pessoas que cruzam nosso caminho... Pois junto com elas que passaremos pelos lugares e dividiremos as experiências de leituras, músicas, filmes...

O dia crucial na vida de alguém é o primeiro dia de aula. Certamente, quem você se tornará começa a se definir ali... A classe que você cair... A escola que você estudar... A cidade em que ela se localizará... Quem sentará ao seu lado...

No meu primeiro dia de aula, eu não lembro se sentei perto da AJ e da FG ou da MM e da CD (agora que tenho leitores, tenho que cuidar com calúnia e difamação) ... MM e CD eram amigas mais leais, companheiras, embora um pouco nerdinhas... Eram sempre presentes, estudiosas... Gostava muito delas... Mas era com AJ e FG que eu me divertia mesmo... FG era muito louca... Ela gostava de comer catchup com morangos e acreditava (de verdade) que cheirar cola tenaz deixava zoada... Lembro uma vez que cheguei atrasada no Parque do Ibirapuera para um coral da escola... As crianças estavam começando a cantar para um público gigante, até a Globo estava filmando! E quando a FG me viu levantou e começou a gritar e dar tchau: "Camilaaa, que bom que você chegou"!! AJ se tornou minha primeira melhor amiga... Ela tinha uma estrutura familiar bem complexa... Sua irmã mais velha namorava o carinha da banca de jornal da porta da escola... Nós sempre ficavamos espiando o casal e depois chantageavamos a a irmã dela em troca de balas... Eram nossas pastilhas da sorte (!!) pois quando jogavamos gol a gol aumentavamos a chance de acertar após colocar a bala na boca... Eu juro que funcionava... Nosso sonho era fazer a minha irmã namorar o irmão dela... Eu acho que ele até gostava dela e vice versa... Mas a melhor amiga da minha irmã pagava um valor equivalente a R$5,00 por semana para ele namorar com ela... Eu e AJ gostavamos do mesmo menino ( Assim como a classe toda... mas eu acreditava que comigo era diferente... hahaha) E isso só nos tornava mais amigas, por mais estranho que pareça...

Acho que em todos os meios sociais que passei a minha relação foi mais ou menos assim... Eu no meio termo de grupos incompatíveis, falando bobagem e viajando na maionese... Encarando competições e brigas como naturais de relacionamentos. E aprendendo a lidar com diferentes personalidades e amar as pessoas com os seus defeitos...

Talvez se eu tivesse me isolado com a MM e CD hoje seria uma advogada importante, estudiosa, séria e que nas horas vagas fosse a museus apreciar Rembrandt e Van Gogh ao som de Bach e Beethoven ... Ou se me isolasse com FG e AJ seria uma psicóloga ou hippie que ouviria Bob Marley e Raul Seixas admirando o mar e fumando maconha...

Obs. Não é nada contra Bob , Raul e Van Gogh, pelo contrário... Infelizmente música clássica eu não consigo gostar... Mas isso já é assunto para outro post...

5 comentários:

Camila Ribas disse...
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Anônimo disse...

Eeeeeeeeeee, chocolate MM é bom, ainda ouço CDs :P

SM disse...

Puxa! Você se lembra de tudo!!! Eu, talvez por ter mais idade que você, não consigo me lembrar de nada do meu primeiro dia de escola. Talvez por falha da memória, talvez por não ter ocorrido nada de interessante... (as duas hipóteses são bem prováveis).
Mas sabe, não acredito muito nessa teoria de que nos tornamos o que nos tornamos por conta das influências externas. Naturalmente, elas têm um peso que não deve ser ignorado, mas não são determinantes.
Por exemplo: já tive amizades maluquérrimas e poderia ter me tornado uma junkie ou uma traficante, talvez... rs. Poderia ainda ter me tornado uma band leader de uma banda de rock ou ainda ter me tornado uma mãe solteira (grande índice de periculosidade na escala, aliás... rs). Porém, o que determina o que seremos - na minha modesta opinião - são as escolhas que fazemos.
O tempo todo é preciso escolher, optar, pesar, discernir e tal... E daí é que se abrem portas. Às vezes mais de uma se abrem ao mesmo tempo e novamente temos de nos deparar com a difícil tarefa da escolha. Acho que isso é um ciclo eterno. O ciclo da vida e, por isso, é determinante para a questão do "vir-a-ser".

Beijocas!!!

Anônimo disse...

Que engraçado, pensei nisso há dias atrás... E é bem verdade!

E hm, eu juro que ando em vermelhinhos curitibanos às 18 horas, juro! E juro que gosto, também. Haha!

:)

Anônimo disse...

Só quero dizer que o pessoal da comunidade Teorias Cretinas estão bisbilhotando o seu blog...