A Odisséia da Pipoca

"Edmundo (In The Mood)
Elza Soares

Edmundo nunca sabe bem o que faz
Ele é um sujeito distraído demais
Dizem que uma noite, quando em casa chegou
Antes de ir pra cama, ele fez tal confusão
Que o chinelo no seu travesseiro botou
E se agitando foi dormir no chão
Na manhã seguinte, depois de levantar
Encheu a banheira para o banho tomar
Foi para a cozinha e fritou o roupão
E a água da banheira ele mexeu com a colher
Depois de passar pasta-de-dente no pão
Foi se banhar na xícara de café
É demais
O homem não sabe o que faz
Eu tenho pena do rapaz
O Edmundo
Todo mundo diz que não há jeito mais"

Ahn? Eu não chamo Edmundo... Não, meu nome próprio é Camila...

Domingo a tarde, cá estava eu estudando... Dizem que a concentração humana não consegue se manter 100% por mais de 7 minutos na mesma atividade... Então quando atingia o tempo máximo de concentração possível, mudava de atividade... Tipo tomar água, olhar na janela, ver os recados no orkut... Eis que resolvi fazer pipoca... Ok, não sou uma chef de cuisine... Mas até sei fazer uma gororoba... Já fiz muitas pipocas, brigadeiros, miojos, nachos e até strogonof... De repente, tocou o telefone... Esqueci que já havia colocado a pipoca em um pote de plástico e coloquei novamente no fogão... Quando me dei conta, fiz um furo a la chanel ) ( no pote... Ok, não vou me deixar levar pelo desespero... Antes de tirar o plástico grudado da grade do fogão, vou comer a pipoca, que foi a razão disso tudo... Mas pipoca sem sal não rola... Taquei um salzinho esperto na pipoca... Este foi direto pelo buraco da chanel do pote...Que foi direto para o chão... Limpei o chão, o fogão, sumi com o pote... Bem na hora que ia saborear minha pipoquinha (fria, a essa altura) meus pais chegam com um saco de pão de queijo quentinho...