Estava eu feliz e contente lendo meu jornalzinho, até que me deparei com um anúncio para um Programa de Treinamento da Folha de São Paulo. Corri para o computador e comecei a preencher a ficha de inscrição... Não parava de pensar no quanto eu era a pessoa indicada para fazer esse treinamento, que se eu fosse avaliadora certamente me escolheria... Aí cheguei no item Desenvolvimento Pessoal. O esquema era o seguinte:
"Indique e descreva os fatos e experiências de sua vida que você considera mais importantes e que tiveram grande influência na sua formação pessoal. Concentre-se não só em experiências escolares e profissionais, mas também naquelas relacionadas com sua família, amizades, e a(s) cidade(s) em que viveu. Descreva cada uma e a influência exercida sobre sua formação."
Ok, de cara pensei em 3 coisas que realmente mudaram a minha vida. Primeiro uma mudança de cidade aos 15 anos. Só o fato de ser uma mudança certamente já muda algo, saca? Ainda mais porque foi na gélida Curitiba, cheia de curitibanos, se é que você me entende, que tive que descobrir que o mundo ia bem além da comunidade na qual eu estava inserida ...
A segunda coisa foi uma doença de uma pessoa muito próxima... Tive que rever valores, atitudes e aprender a exercer a arte da paciência diariamente.
E a terceira foi a minha entrada e saída no Curso de Jornalismo da PUC. Aparentemente esse fato não parece ser tão importante, aliás, poucas pessoas sabem e entendem o porquê isso significou tanto para mim... Mas eu sei que aquele dia que saí com aquele papel de desistência na mão, foi tipo um "Welcome to the real world"... Não foi só por estar desistindo do meu maior sonho, foi por estar desistindo dele sem lutar com todas as minhas forças. Foi por que eu percebi que eu não era aquele tipo de pessoa que enfrenta todos os desafios para alcançar o que quer. Foi por que eu me deixei influenciar por pessoas realistas que queriam meu bem, urubus que queriam o meu mal e intempéries que evidentemente existiam. Foi por que a partir daquele dia eu me escravizei pelo maldito capitalismo e vi que há limites para sonhar...Para todas as outras coisas existe mastercard e uma féladaputa de uma fatura. E eu realmente acredito que se eu tivesse movido o mundo, trabalhado de sol a sol, criado um Programa Universidade para Todos (Prouni ainda não existia), fizesse mil empréstimos e me fodesse para pagar, tudo seria diferente. Talvez eu tivesse descoberto que o curso é uma merda e aquilo não é para mim. Mas na minha cabeça, se naquela época minha atitude fosse outra eu teria experiências bem mais interesantes relacionadas à família, amizades e cidades que influenciaram na minha formação pessoal para contar. Eu sempre discordei quando a Elis dizia que "Viver é melhor que sonhar"... Acho que a ilusão é bem mais perfeita que a realidade. No emprego dos seus sonhos não tem chefe bossal, cliente pau no cú, acúmulo de funções e ar-condicionado estragado, tem? Aquilo que a gente vive é bem mais difícil do que o que idealiza... E também não foi nenhum trauma tão grave... Nada que um novo vestibular não resolva... Sinceramente eu estou bem satisfeita (com ressalvas inerentes a realidade, of course) com o curso que estou terminando (Comunicação Institucional). Acho que estou bem apta para exercer, entre outras funções, a de Assessora de Imprensa, que foi o que me levou a querer fazer jornalismo. (Jornalistas e protecionistas de mercado queridos, não se revoltem com essa afirmação... Isso é assunto para outro post e por que não um TCC?)
Sei lá, essa história de desenvolvimento pessoal mexeu muito com a minha cabeça... E da próxima vez que perguntarem na minha formação pessoal o que me importa, vou responder "Coma torta", que é bem mais divertido...
sábado, 31 de janeiro de 2009
E o que te importa?
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